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De Guarapuava para onde o cinema levar

Lilyan Horst

O mundo cinematográfico de Alex Tietre, guarapuavano, roteirista, diretor, ator e preparador, movido pela arte 

              O cinema pode nos transportar para outros lugares e períodos temporais. Com a magia das telas, conhecemos histórias ficcionais ou reais, que envolvem questões sociais ou místicas, de um mundo mágico. Para além de todos os enredos, existe uma equipe que usa da criatividade para dar surgimento a novos personagens. Alex Tietre trabalha com criação e desenvolvimento de obras cinematográficas. Como roteirista, diretor, ator e preparador, traz vida às telinhas. 

              O artista, que hoje caminha pelas ruas de Hollywood (em Los Angeles, nos EUA), é natural de Guarapuava, no Paraná, e foi na cidade natal que ele conheceu o mundo das artes. Durante a infância, Alex tinha dificuldades para se comunicar e era introvertido. “Eu era uma criança muito tímida, não tinha nenhum amigo na escola e a arte me salvou”, explica, ao falar sobre a paixão pela área. “Eu teria muitas dificuldades na vida, se a arte não me ensinasse a importância da cultura e da comunicação”. 

              Ele conta que aprendeu a ler e escrever com a irmã e, na infância e adolescência, estudou em escolas públicas da cidade. “Eu acredito que o que tirou minha timidez foi a poesia”, conclui, ao comentar que apresentava poesias de autoria própria em diversos colégios. “Acho importantíssimo falar que a Unicentro foi fundamental na minha vida artística”, salienta Tietre, ao contar que, em sua primeira apresentação na universidade, ainda durante a adolescência, acabou recebendo um convite para participar do curso de teatro. “Foram a poesia e a escrita que me colocaram na arte”. Na Unicentro, participava do projeto Fala Poeta, que lançava livros com poesias de vários poetas locais. Em 1993, após se encontrar na área artística, deu início a seus trabalhos com peças teatrais. 

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Tietre trabalha com criação e desenvolvimento de obras cinematográficas. Foto: Arquivo pessoal

Do jornalismo ao cinema

               Mas foi no Rio de Janeiro que Alex Tietre se formou em Jornalismo. “Eu adorei o curso, mas minha grande paixão é o cinema”. Devido ao talento e experiência com teatro, se destacou e, em 2014, passou a estudar Cinema na Universidade Federal Fluminense. Durante a formação, dirigiu o filme Diante do horizonte do mar (2014), uma adaptação do texto da dramaturga alemã Dea Loher. “Uma das melhores autoras teatrais da atualidade”, acredita, ao lembrar que ela veio até o Brasil para acompanhar as gravações. O filme encontra-se disponível no YouTube. (Link no fim da reportagem).

               É longa a lista de cursos profissionalizantes de Alex. “Uma constante busca de aprender, ensinar e usar a criatividade em prol da arte”, argumenta. Ao ser questionado sobre seu processo criativo, ele conta que, quando inicia um roteiro, já pensa em tudo, desde início, meio e fim da história, até iluminação e figurino.

               A produção que está no topo de sua lista, como a preferida, é a série Irmãos Bazuca, que conta a história de três irmãos que são adotados por um professor e acabam morando em uma mansão mal-assombrada. Cada episódio busca trazer destaques da literatura e de ícones nacionais, como Machado de Assis e Zumbi dos Palmares.               

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Irmãos Bazuka, é uma das séries produzidas por Alex Tietre. Foto: Arquivo pessoal

               Alex Tietre atua como gerente criativo de uma empresa de Hollywood e fechou parceria com a The Lee Strasberg Theatre & Film Institute, em Los Angeles. Além disso, está desenvolvendo um curta-metragem autoral, Não me Tok, que aborda abuso, violência infantil e os perigos nas redes sociais. “A ideia é fazer o lançamento do Não me Tok aqui em Hollywood”.

                Mas nem tudo são flores, ele afirma que o maior desafio da carreira é a falta de incentivo e patrocínio para as produções. Além disso, os artistas acabam ficando com muitas funções, com o intuito de cortar gastos. “Tem muitos brasileiros que acham que filmes nacionais não são bons”, comenta, ao falar sobre o déficit de valorização das produções e profissionais brasileiros. Mesmo assim, ele segue sua paixão pelo cinema, “se você ama mesmo isso, saiba que não é fácil. É necessário correr atrás, não desistir e criar oportunidades”.

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Não me Tok é um curta-metragem de Alex Tietre. Foto: Arquivo pessoal

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