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Bruna Carolina Guzzo e Lilyan Horst

Vivencie a cultura

O projeto gratuito Oficina Cultural nos Bairros impulsiona as artes em Guarapuava

             A história da dança anda ao lado da evolução da música, do teatro e das artes visuais, representa tradições e preserva culturas. É uma forma corporal de se expressar e, ainda, manter vivo aquilo que é transmitido de geração para geração. Essa manifestação artística, teve origem na pré-história, sendo registrada nas paredes das cavernas, a chamada pintura rupestre. 

             A cultura é uma vertente que movimenta a economia e pode ser transformadora, portanto, impulsionar as artes nos municípios é fundamental. Em Guarapuava (Paraná), a partir da Secretaria de Cultura, foi desenvolvido o projeto Oficina Cultural nos Bairros, que evidencia a arte nas diversas partes da cidade. 

             As oficinas culturais visam proporcionar aos participantes criatividade, desenvolvimento e valorização de  habilidades artísticas, promovendo ações de inclusão e transformação, as aulas, que são gratuitas, tem o objetivo de promover o envolvimento cultural da comunidade. 

             Com cerca de 1.300 vagas e diversas atividades, os bairros que recebem as aulas são: Primavera, Palmeirinha, Residencial 2000, São Cristóvão, Vila Concórdia, Industrial, Vila São João e Jardim das Américas. Dentre as oficinas oferecidas estão: Danças urbanas, capoeira, violão, desenho, dança livre, artesanato, balé, break dance, taekwondo, xadrez, coral e teatro. Com idade mínima de seis anos, as aulas reúnem diversos participantes, que aprendem, de maneira leve e descontraída, sob orientação de professores, em diferentes horários e dias da semana. 

             Cada professor tem uma abordagem própria para trabalhar a cultura. Rafael Merch, dançarino, professor de breakdance e danças urbanas, tem turmas de todas as idades, desde crianças até a melhor idade. Ele foi recentemente selecionado para representar o Brasil no World Roller Games 2024, que ocorrerá na Itália. As alunas admiram o talento do professor e adoram as aulas, “É muito bom, tanto para nosso físico como para nosso psicológico, a gente conversa, se diverte, dança”, expressa Joana, que faz parte das aulas para a melhor idade.

             Professor há mais de oito anos, é o responsável pelas aulas de dança livre e danças urbanas. “Eu tento transmitir esse amor pela arte, pela dança, para os alunos”, conta Rafael, e seu trabalho está surtindo efeito, “Não me vejo mais sem a dança”, comenta Roseli, que iniciou com as aulas há cerca de dois meses. 

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Rafael Merch em uma de suas aulas do projeto. Foto: Lilyan Horst

            Marina Veiradi, ou como a chamam Nina, é apaixonada pela dança, ela pratica desde seus três anos de idade. Ela começou através de um projeto gratuito que existia na escola e, a partir daquele momento, percebeu que isso mudaria completamente a sua vida. Com o passar dos anos, se aperfeiçoou na área e realmente quis fazer da dança e do balé sua profissão.

            E é assim que, por meio das oficinas culturais nos bairros, que a Nina ensina crianças a descobrirem uma paixão. E, assim como ela já foi ensinada por meio de um projeto, também dá aulas de balé clássico no Teatro Municipal de Guarapuava, para crianças de 5 a 13 anos.

            As oficinas culturais buscam proporcionar às crianças criatividade, desenvolvimento, valorização, transformação, e inclusão. Segundo a professora, quando se começa a trabalhar com os pequenos, percebe-se que são variadas as formas com que cada um vê o mundo e também aprende, se comunica e dança. “Existe aquela que é mais quietinha, a outra que é mais agitada, às vezes aquela que participa de tudo, outras que são mais tímidas, então quando a gente vai preparar a aula para crianças bailarinas, a gente precisa pensar nos tipos de alunos que estão naquela turma para que a gente atenda a todas as necessidades”, comenta Marina.

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Marina Veiradi e suas alunas no Teatro Municipal de Guarapuava. Foto: Bruna Guzzo

            A responsabilidade em enxergar as crianças como elas são e as suas reais necessidades faz com que as oficinas culturais tenham cada vez mais alunos, trazendo qualidade de vida para cada uma delas. Isabela e Rafaela são irmãs e fazem aulas de balé, de acordo com a Nina, as meninas se desenvolvem cada dia mais, são atentas e curiosas e adoram as aulas. Isabela, 7 anos, e a irmã Rafaela, 5. As irmãs reconhecem que elas ficam mais calmas com a dança “Fico mais calma quando a gente dança, a gente brinca, a gente se diverte também”.

Dança para todos: balé inclusivo

             As meninas fazem parte de uma das várias oficinas culturais oferecidas, que buscam descobrir formas de se expressar. Para as aulas de balé, também temos a professora Alanis Pontes, que direciona as aulas para uma experiência inclusiva, com a linguagem de sinais. “Quando falamos de alunos especiais, é muito legal vê-los aprendendo, pois muitos deles não se imaginam trabalhando fora de uma escola, quando eles percebem que podem ser dançarinos, é algo muito mágico”, conta.

             As crianças do balé inclusivo se prepararam para a primeira apresentação de dança, que ocorreu no dia 21 de junho, às 9 horas, no Espaço Fiori. “Eu estava muito nervosa, e eles também”, comenta a bailarina, que se emociona ao lembrar do esforço dos alunos ao lembrarem da coreografia. “É muito interessante ver o quanto a cultura pode fazer a diferença, algo tão simples para mim, que é a dança, para eles foi um super evento”, observa a dançarina.

            “O contato das crianças surdas com arte, dança, é muito importante, visto que os alunos surdos são muitos visuais”, pontua Beatriz Aparecida, professora e mãe do único aluno ouvinte que participa da turma direcionada por Alanis. Ela salienta a importância desse contato do filho com crianças surdas, o que gera maior senso de inclusão.

             Alanis também é professora de teatro e desenho, e adora ensinar às crianças o que sabe. “Quando as crianças estão aprendendo é um momento bem distinto, pois elas não guardam para si, elas querem mostrar para o mundo”, concluiu a professora.

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Alanis Pontes em aula de desenho no distrito da Palmeirinha, Guarapuava. Foto: Bruna Guzzo

Confira mais imagens das Oficinas nos Bairros 

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